Alugar um carro durante as férias pode ser um "bicho de sete cabeças" para alguns e por isso queremos descomplicar este serviço que pode dar muito jeito.
1. A pesquisa
Existem três sites que gostamos de utilizar para procurar um aluguer de automóvel, são eles: Rentalcars(serviço ótimo), Auto Europe e Economyrentalcars (excelentes preços). Financeiramente, compensa quase sempre reservar por estes sites agregadores em vez de aceder diretamente as companhias, a não ser que tenham um acordo prévio. Reservem com antecedência, prevenindo-se assim de surpresas de preço de reserva no momento. Contudo, há também as surpresas boas de última hora, por isso, avaliem o vosso grau de ansiedade.
Pensem que estão de férias e não precisam de um carro vistoso e dispendioso. Aluguem um carro económico (grande ou pequeno), pois, além do preço de aluguer, a despesa da gasolina/gasóleo também sairá da vossa carteira. Nos referidos sites irão deixar um depósito, que ronda os 25 ou 35 euros, e pagarão o restante apenas um mês antes do levantamento ou no balcão no próprio dia de levantamento.
Optem por um veículo com o depósito de combustível cheio e entrega igualmente cheio. Desta forma, evitam que a empresa vos obrigue a pagar o combustível consoante o preçário deles, que é sempre mais caro do que as estações nas estradas.
Atenção à quilometragem limitada. Há empresas que limitam os quilómetros diários. Para quem está de férias e não quer ver as suas viagens limitadas, tentem evitar esta modalidade. No entanto, ninguém vai controlar diariamente os vossos percursos. No total é que não podem ultrapassar a limitação que eles impuseram. Por exemplo: se existe um limite diário de 200 quilómetros e o vosso aluguer é de cinco dias, na entrega o carro não poder exceder os mil quilómetros, por isso tanto faz se um dia fazem 100 e no outro 300.
2. 'Normal cost' vs 'Low cost'
O mundo das viagens está cada vez mais familiarizado com a palavra 'low' e as empresas sabem o que os clientes querem e precisam. Para responder às necessidades dos viajantes, a Europcar ou a Hertz, por exemplo, criaram as suas próprias 'low cost' e outras foram sendo criadas.
A diferença entre o serviço destes dois géneros resume-se, quase sempre, a dois pontos: localização e preço. As companhias de baixo custo têm isso mesmo, preços mais baixos, mas a maior parte dos balcões ficam fora dos aeroportos, caso seja este o local de levantamento e entrega.
As companhias 'low cost' estão já preparadas e oferecem serviço de transporte desde o terminal até ao balcão. Em alguns casos, tal como nos já aconteceu, o balcão de atendimento é exatamente no mesmo lugar da companhia-mãe.
Pela nossa experiência, marquem atempadamente e reservem pelas companhias de baixo-custo. Os euros poupados servirão para coisas mais divertidas ou até para abastecer o depósito de combustível.
3- Essa dor de cabeça chamada seguros
Esta é a grande dor de cabeça para quem aluga um carro. De acordo com a Autoeuropa, "os veículos de aluguer incluem sempre os seguros obrigatórios para o país em que circulam". Contudo, a forma como os seguros funcionam na indústria do rent a car é a seguinte: existe algo que se chama franquia, que é um montante pelo qual o cliente é responsável em caso de acidente. Por exemplo, se a franquia é de 500 euros e ocorre um acidente com danos no valor de mil euros, o cliente paga 500 euros e o seguro do automóvel cobre o valor restante.
Agora vejamos duas situações distintas que nos aconteceram no estrangeiro e são bons exemplos de quem compra um seguro e de quem abdica. Atenção, não se deixem enganar pela conversa dos funcionários. Ninguém circula na estrada sem seguro e as empresas não deixariam ninguém sair do parque de estacionamento sem um. O que vamos a falar a seguir são seguros de complementação.
A maior dor de cabeça de um condutor são os riscos e, infelizmente, já nos aconteceu de arranhar o para-choques de um carro alugado. Como não tínhamos o seguro (extra) ativo, ficamos preocupados e decidimos ativá-lo já com o aluguer a decorrer, mas não nos deixaram. A nega deles pode parecer óbvia, mas não o é. Uma vez que existem empresas que nos permitem ativar o seguro a meio de um aluguer, como é o caso da Europcar. Mentalizados que teríamos de pagar o arranjo do veículo, no final, conseguimos sair ilibados deste caso e nunca soubemos porquê. Acreditamos que aqui imperou o bom senso do funcionário, uma vez que o carro já apresentava, antes do levantamento, muitas mossas. Como o carro já deveria ir para arranjar, eles 'perdoaram' uns riscos a mais, pelo menos é o que gostamos de acreditar.
Numa outra altura, num país diferente, ainda assustados pelo que tinha sucedido da outra vez, decidimos ativar um seguro (o mais baixo, que era de 25 euros por dia) apenas para prevenir os sustos de riscos, porque é o que mais atormenta as viagens de carro. Ao entregar o veículo, o revisor disse que o carro tinha um risco (minúsculo) na parte inferior do para-choque. Ainda argumentamos que aquele risco era imperceptível e ridículo, mas ele contra-argumentou. Dissemos que tínhamos seguro e foi aí que eles nos disse: "O seguro que ativou serve apenas para danos acima dos 500 euros". Como era um risco no para-choque, eles teriam de tirar tudo e e colocar um novo, no valor de 200 euros, que teriam de ser arcados por nós. Não satisfeitos, voltamos a referir outro ponto importante, que descrevemos a seguir.
4- A revisão é mais importante do pensa
As revisões que os funcionários das empresas fazem também têm de ser feitas meticulosamente por nós. Dizemos isto porque foi isso o que nos salvou no ponto anterior. Com dissemos, o risco era na parte inferior do para-choque e, na altura da revisão, antes da entrega, o funcionário não olhou para essa parte do carro e foi com esse argumento que ganhamos o caso no momento, isto porque aquele risco poderia já lá estar. Não sabemos se fomos nós que o fizemos, é verdade, mas aqui novamente também imperou o bom senso do funcionário.
Fotografem sempre os carros, antes e depois do aluguer, como provas de que o veículo foi entregue e devolvido nas condições estabelecidas.
5. Os extras
Se se fizerem acompanhar de crianças a segurança está acima de tudo e devemos preocupar-nos com a segurança dos mais pequenos, por isso peça o equipamento necessário, assim como a nossa, se estivermos a contar conduzir em locais de terreno difícil como na neve, precisando de pneus próprios.
Se estamos de férias pela primeira vez há algo que devemos ter connosco para poupar tempo e paciência e chama-se GPS. A maior parte das empresas de aluguer cobram-nos valores absurdos por esta tecnologia, mas se tiverem um smartphone, temos uma dica preciosa que vai fazer poupar muitos euros. Descarreguem a aplicação Sygic e o respetivo mapa do país. Desde que a descobrimos tornou-se a nossa melhor amiga nas viagens de carro.
Em suma, alugar um carro dá muito jeito para quem quer conhecer uma região onde a rede de transportes é fraca ou muito cara. Férias em ilhas e em família compensa quase sempre. Informem-se sobre as condições de transportes antes de alugar um carro.
Recentemente, também descobrimos que pode compensar se o grupo for grande e estiverem a visitar, por exemplo, uma grande cidade como Paris. Éramos cinco pessoas e o preço de cada viagem de comboio entre o aeroporto e o centro da cidade é de 10 euros, ou seja, seriam 50 para ir e mais 50 para vir, fazendo um total de 100 euros. Resolvemos este problema alugando um carro no aeroporto Charle de Gaulle, pela empresa Keddy (low cost da Europcar, no mesmo balcão) e pagamos apenas 35 euros para dois dias. Como serviu apenas para deslocação do aeroporto para o centro de Paris e vice-versa, o ponteiro não se mexeu e nem precisamos de colocar combustível. Meçam a vossa capacidade e destreza de conduzir, porque lutar por um lugar numa faixa da capital francesa é bem diferente da realidade portuguesa. Além disso, o estacionamento público é muito caro, mas aos domingos, por exemplo, não se paga.