Já ouviram falar do Lago Como em Itália e já lhe disseram que é um dos cenários mais bonitos da Europa? Estivemos lá e contamos como foi, isso e muito mais.
Tentamos dividir o nosso percurso por quatro pontos diferentes, de forma a conhecer várias perspetivas dos dois lagos do norte de Itália, assim como de Milão, optando neste último por um hotel muito bem localizado, uma vez que, pela primeira vez, viajaríamos com uma bebé. Antes de avançar para a capital da moda, comecemos esta viagem exclusiva pela joia dos lagos italiano, o Como.
Dia 1 e 2 - Bellagio e Varenna
Entramos pelo norte de Itália por uma das ‘portas’ mais acessíveis para nós, portugueses do norte, o aeroporto de Bergamo, cujas viagens a partir de Porto ou Vigo são frequentes e a um bom preço.
Ainda no aeroporto recolhemos o carro, que reservamos previamente através do portal Rentalcars, e partimos em direção ao Lago Como. Foram aproximadamente 60 quilómetros até à primeira paragem, fazendo os primeiros através de autoestrada e depois por estradas nacionais bem sinuosas, mas com maravilhosas vistas.
A primeira coisa que precisam de saber sobre Bellagio é que é um dos pontos mais turísticos desta zona, logo irão encontrar as ruas mais cheias, logo mais difícil para encontrar um lugar para estacionar o carro. Fiquem a saber que para circular de carro na zona histórica da cidade precisam de uma autorização por parte do vosso hotel, para isso basta dar a matrícula na receção no momento do check-in.
Se olharem para o mapa do Lago Como vão verificar que ele tem a forma de um “Y” e Bellagio fica num dos extremos, com vistas para as outras cidades da região e é por isso que é tão popular, além da facilidade de transporte de barco (tanto para pessoas como para carros). Mais, Bellagio é excelente para o vosso primeiro contato com o Lago Como, a partir daqui todos os sítios que conhecerão serão um pouco semelhantes.
Bellagio é uma cidade pequena, chegando-se facilmente a pé aos sítios pretendidos. É um lugar para descansar e passear calmamente. Como pontos de interesse, além de todo o centro histórico, visitem o Jardim Botânico I Giardini di Villa Melzi (entrada 6.50€). Quanto a refeições, devemos alertar que os preços são um pouco elevados ao que estamos habituados, mas nada que arruine a carteira. Para os que querem poupar, existem vários espaços de take away onde podem comprar uma ou duas fatias de pizza e comer num banco de jardim.
Daqui podem ainda visitar as cidades que estão à vossa frente, do outro lado do lago. Fomos até Varenna de ferry (18€ para duas pessoas, ida e volta), lugar que aconselhamos vivamente, com uma atmosfera mais sombria e medieval, mas com o charme esperado deste lugar, e menos povoado.
Dia 3 - Menaggio e Tremezzo
Acordamos cedo e atravessamos novamente o Lago Como, novamente de ferry, mas desta vez com o nosso carro alugado (16€ só ida), em direção a Menaggio e fomos, uma vez mais, surpreendidos pela singularidade deste lugar. À semelhança do que tinha acontecido em Varenna, ficamos com pena de não ter gastado mais tempo nestes dois lugares. Optamos por um almoço rápido numa esplanada recatada, onde provamos peixe do lago, podendo escolher na sua forma frita ou grelhada.
A grande razão para estamos deste lado do lago era o Grand Hotel Tremezzo, uma unidade hoteleira de cinco estrelas, isto porque é a classificação máxima, senão teria muitas mais. Entramos neste lugar único às 15 horas e só saímos de lá no dia seguinte, por volta do meio-dia. Para saber o que andamos por lá a fazer, basta seguir esta ligação.
Dia 4 e 5 - Milão
Chegando a Milão, e até porque tínhamos feito previamente a reserva, fomos diretamente à igreja Santa Maria delle Grazie, mais propriamente ao edifício anexo, onde está a Última Ceia, o fresco pintado por Leonardo Da Vinci. Para visitar esta obra de arte o melhor é comprar os bilhetes com antecedência, já que esgotam rapidamente. Para os que preferem arriscar, ainda podem tentar as vagas de desistências no site. Não contem com vendas diretas na bilheteira do local, pois dificilmente encontrarão. Se vale a pena? Claro que sim, não estaríamos nós a falar de uma das obras mais influentes da História.
Foi difícil estabelecer qualquer tipo de ligação emocional com Milão. Visitamos o ex-líbris da cidade, a Catedral de Milão e respetivo museu, a Galeria Vittorio Emanuele II e o Castello Sforzesco. Para os que adoram gelados, não estivéssemos nós em Itália, não deixem de provar os da Cioccolati Italiani, espetaculares.
Milão é daquelas cidades para desfrutar dos seus 'terrazzos' e dos restaurantes cosmopolitas. Para quem carrega um bebé num carrinho, fica mais difícil aceder a esses locais.
Tal como aconteceu em Bellagio, para quem chega de carro o estacionamento pode ser outra dor de cabeça. Optamos por deixar na garagem do hotel, com um custo de 24 euros por noite. Milão é uma cidade cara, desde o alojamento, parque de estacionamento, taxa turística, restauração…
Dia 6 e 7 - Stresa
Voltamos ao volante do nosso carro e partimos em direção a outro lago, o Maggiore, menos conhecido, mas nem por isso menos excitante. Desde a capital da moda até Stresa, o 'coração' deste lago, são 90 quilómetros. Começamos a avistar Stresa desde o topo da montanha e seguimos caminho pelas estradas curvilíneas até chegarmos ao nosso alojamento, o Grand Hotel Des Iles Borromees, uma unidade de cinco estrelas com uma localização excelente para quem quer conhecer esta zona.
O Lago Maggiore é uma versão menos colorida do seu 'primo' Como, tal como a cidade Stresa, um pouco mais 'apagada', mas que merece, sem dúvida, uma visita, até porque aqui está o melhor caminho para chegar ao arquipélago Borromeu, constituído por um grupo de três pequenas ilha e dois ilhéus, pertencente à família Borromeu, muito poderosa no início do século XVI.
Para chegar até às ilhas, podem embarcar num dos barcos (custo de 15€ por pessoa) disponíveis no cais da cidade.
A primeira paragem é na Isola Madre, que se destaca pelo seu belo jardim botânico. A entrada custa 13€. Seguimos para a Isola dei Pescatori e é aqui que devem fazer a vossa refeição, tal é a oferta abundante de espaços para comer. Aproveitamos esta parte do roteiro para alertar que devem começar a fazer a visita destas três ilhas da parte da manhã, uma vez que a última entrada na última paragem é às 17h30.
Depois de almoçados, voltamos a seguir viagem de barco, que são mais ou menos 10 minutos de duração em cada uma delas, até à Isola Bella, a rainha das ilhas dos Borromeus. A entrada custa 16€, mas se optarem pelo bilhete combinado com a Isola Madre fica a 21€.
Na Isola Bella, de visita obrigatória, irão conhecer o Palácio Borromeu e os seus jardins ao estilo italiano, convidando-nos a entrar no mundo ostensivo do século XVI.
Voltando para Stresa, visitamos o centro histórico, onde abundam os restaurantes e comercio tradicional.
No dia seguinte, acordamos bem cedo e partimos em direção ao Aeroporto Malpensa, o aeroporto internacional de Milão. Lembrem-se que quando levantamos o nosso carro num local e o deixámos noutro temos de pagar uma taxa, chamada 'trajeto único', cujo preço pode variar.
Ficam agora as recordações de uma viagem que há muito desejávamos fazer, com as expetativas a serem cumpridas. Para aqueles que nos estão a perguntar se foi fácil levar um bebé de 15 meses connosco, dizemos que sim. Não é novidade que a dinâmica dos roteiros ou decisões muda e vai continuar a ser diferente daqui para a frente, mas as memórias que trouxemos connosco valem essa mudança, que foi para melhor. Agora, com mais um elemento, viajar passa a ser uma caderneta de recordações, não só por aquilo que nós vivemos mas também pelo que conseguimos oferecer à nossa filha.
Informações:
Alojamentos: Hotel du Lac em Bellagio (400€ duas noites), Grand Hotel Tremezzo (439€ por noite), Hotel Dei Cavalieri em Milão (330€ duas noites) e Grand Hotel Des Iles Borromees em Stresa (421€ duas noites).
Como chegamos até lá: Avião da companhia Ryanair, chegada por Bergamo desde Vigo e partida de Milão-Malpensa em direção ao Porto. Custo: 130€ para dois adultos e um bebé de 15 meses.
Aluguer de carro: Reserva feita na Rentalcars, com duração de sete dias, com um custo total de 65€. Pagamos ainda a taxa de trajeto único (65€), mais a cadeirinha de bebé (69€).
Outras despesas: Refeições, entradas em monumentos, viagens de barco, gasolina, portagens, com um custo médio de 800€ para os três.
Se querem experienciar o verdadeiro luxo do Lago Como têm de perder um pouco de amor ao dinheiro e desfrutar de uma noite (ou várias) no Grand Hotel Tremezzo, em Itália. Foi o mais próximo que nos sentimos de realeza e soube muito bem.
Este lugar mítico encarna toda a essência dos hotéis clássicos de 5 estrelas, fazendo-nos sentir quase como se estivéssemos a entrar no mesmo local, mas 100 anos antes.
Inaugurado em 1919, naquele que era um dos principais destinos de elite da época, pretendia oferecer aos viajantes mais exigentes toda a sofisticação e classe que um lugar como o lago Como inspirava. E isso sente-se ainda hoje, sem sequer ser preciso entrar no local. Mas assim que entramos, acreditem, não queremos mais sair.
O edifício está impecavelmente conservado e a decoração do espaço é irrepreensível, tentando manter-se fiel àquela que seria a decoração original, assim como as loiças e fardas dos funcionários. Como se não bastasse, o magnífico e bem cuidado jardim e a vista para o lago, com a vila de Bellagio bem em frente, são um regalo para os olhos. Ah, tem também duas piscinas exteriores super apetecíveis, uma das quais flutuante, situada em pleno lago.
O serviço, claro está, não podia desiludir e é aquilo que classificámos como pura excelência, onde nenhum detalhe é descurado. Alguém que nos estaciona o carro, que nos leva as malas para o quarto, um 'sweet corner' disponível 24 horas com gomas de várias cores e feitios à disposição, água fresca no carro para a viagem após o check-out, enfim… detalhes a que não estamos habituados, mas aos quais poderíamos facilmente habituar-nos.
Para o fim deixámos não sei se o melhor, porque tudo era ótimo, mas continuando, para o fim deixámos o pequeno-almoço. Tudo confeccionado pelo próprio hotel, desde os queijos, à charcutaria, pastelaria e iogurtes. E tudo tão delicioso. De comer e chorar por mais. Tudo isto, num lindo terraço com vista para o lago.
Infelizmente, o preço não nos permite luxos destes muitas vezes (uma noite em quarto duplo com pequeno-almoço custou 450€), mas, feitas as contas, arrependimento não foi de todo o sentimento que ficou desta experiência e, se for possível, às vezes, devemos permitir-nos um “mimos” destes.
Se é ou não o melhor hotel do mundo não sabemos, mas foi, sem dúvida, o melhor hotel onde já estivemos.
Venha daí connosco, sem medo, para conhecer o que se esconde ao redor de dois dos lagos mais famosos do mundo, o Como e o Maggiore, sem esquecer Milão.
Existem destinos com os quais sonhamos a vida toda e no momento em que lá colocamos os pés são uma tremenda desilusão. Felizmente, foram muitos mais aqueles que cumpriram, ou excederam essas mesmas expetativas, e esta última viagem pela Itália vem fazer parte dessa lista.
A primeira vez que olhamos com atenção para os belos cenários do Lago Como, a norte de Milão, foi no filme 007 Casino Royale e desde aí a vontade de visitar este lugar foi-se aguçando à medida que fomos pesquisando informações sobre o mesmo.
Esta foi uma viagem especial para nós, enquanto casal que adora viajar, uma vez que levámos, pela primeira vez, a nossa filha connosco. Ela tem apenas 15 meses e queríamos que ela começasse já a fazer parte das nossas aventuras. Visitamos vários lugares que abraçam o Lago Como e o Lago Maggiore e ainda demos um saltinho a uma das capitais da moda, Milão.
Destes três lugares, escolhemos o Lago Como como principal referência desta viagem. É um lugar sem dúvida mágico, que nos remete para uma época de classicismo que, hoje em dia é muito difícil de encontrar. Aliás, é uma região onde as pessoas investem nos seus terrenos, demonstrando que se preocupam com aquilo que é deles, mantendo os edifícios, jardins, passeios e estradas preservadas de forma a que combine com a atmosfera adjacente, ou seja, o lago.
O lago não deixa de ser um pano de fundo e isso é importante realçar, pois não foi na água que passámos as nossas férias, mas sim nos lugares que ‘tocam’ o lago, todos eles muito charmosos, apostando no comércio local para não perder a identidade. Aqui temos de realçar a forma controlada como o turismo cresce nesta zona.
Depois de visitarmos o Lago Como, partimos em direção a Milão, uma cidade com a qual não conseguimos ter uma relação afetiva, achando que lhe falta mais identidade para conseguir arrebatar corações e sentir o desejo de lá voltar. Foi apenas uma visita de uma ida. O mesmo se passou com o Lago Maggiore, lugar que merece uma visita, principalmente em Stresa, o ‘coração’ deste lugar. É a partir desta vila que se consegue visitar mais facilmente o arquipélago Borromeu, um conjunto de ilhas que pairam magicamente sobre a água do lago.
Bom, acho que já perceberam que recomendamos de olhos fechados esta região. Quanto à nossa primeira viagem em família? Foi um sucesso. Se têm dúvidas quanto a viajar com um bebé, se vale a pena, se ele irá desfrutar, se se irá recordar, acreditem que sim, vale a pena. Mesmo que a nossa filha não se lembre destes dias no futuro, construíram-se bons momentos em família e memórias que nós iremos sempre recordar com muito carinho.